Sport foi dominado por Hulk e companhia em Belo Horizonte (Foto: Rafael Costa/Sport)
No lucro
Errou na opção de marcar a saída de bola. Sem criatividade, errando muitos passes e dando espaços pro competitivo e competente Atlético Mineiro, o Sport perdeu por 2 a 0 a partida de ida da 3ª fase da Copa do Brasil e vai ter que jogar a partida perfeita no jogo de volta. No segundo tempo, Hulk ainda meteu duas bolas na trave e o Sport, que teve espaços mas escolheu sempre errado, terminou saindo no lucro. Único alento? O time rubro-negro tem muito mais bola pra render na volta.
Vai ser marcante. Histórico. Estarei sábado nos Aflitos curtindo uma partida diferente por ter um público diferenciado. Os palavrões darão vez a gritos agudos, nos timbres feminino e infantil. Será lindo ver a Rosa e Silva repleta de Mulheres, crianças e PCDs. Uma tarde longe dos marginais infiltrados na torcida que fica do lado da Rua da Angustura. Sim. Será um espetáculo inesquecível. Que o time alvirrubro compreenda o momento e corresponda ao incentivo do público, a exemplo do que ocorreu nos três jogos do Sport na Ilha, ano passado, nas vitórias sobre Botafogo SP (3x0), ABC (4x1) e Avaí, (2x1), quando os marmanjos também não puderam entrar.
(Foto: JEAN-LOUP GAUTREAU / AFP)
Manhãs de domingo
Era diferente. O astral era outro. Antes da praia, da sessão matinal nos cinemas dos shoppings ou almoço com a família, existia um compromisso inadiável. Fundamental pra curtir a semana com entusiasta motivação. A Fórmula Um na década de 80 era mágica. Começa com um cara de quem me tornei fã e tive o prazer de conhecê-lo anos depois: Nelson Piquet, amigo pessoal de Américo Pereira. Quando Américo me apresentou a ele, tremia mais que vara verde. Vibrava e torcia por Piquet desde 1980, quando tinha 15 anos de idade. Cinco anos depois, Ayrton Senna chegava à Lotus. Existia um grupo de amigos que desde 1983 saía junto nos fins de semana. O assunto principal? Fórmula Um. Pra desespero das esposas presentes. Viajávamos pro Rio para assistir às corridas em Jacarepaguá. Nando Urquiza, Gilberto Almeida, Júnior Beberibe, Fernando Robot e … Léo. Sim! Eu mesmo!
Piquet x Senna
Nando e eu éramos torcedores de Nelson. Os demais, Ayrton. Discutíamos arduamente quem era melhor. Foram anos de papos sobre Piquet x Senna. Nelson abriu 3x0 (81/83/87). Ayrton empatou: 88/90/91. Levávamos números nas carteiras pra comparar quem era melhor. Poles, número de vitórias, ultrapassagens entre eles. Parecíamos rivais de dois clubes de futebol.
Senna x Prost
Piquet parou em 1991. Mas a grande disputa desde 1988, após o tri de Piquet no ano anterior, passou a ser Senna x Prost. Aí virou Brasil x França. Passei a torcer por Senna contra o narigudo francês. Assisti ao primeiro título sozinho, de madrugada, num quarto de hotel em Curitiba (o Sport jogaria à tarde e tava lá pra transmitir) fazendo um barulho que provocou uma ligação do caba da recepção perguntando se tava tudo bem.
Sentimentos
Veio o Bi em 90. E o Tri em 91. Só alegrias. Até 1994... Quem tem mais de 40 anos jamais se esquecerá daquele 1º de maio. Todos lembrarão hoje, após 30 anos aonde estavam e o que estavam fazendo naquele dia. E os domingos nunca mais foram os mesmos. Segui assistindo à Fórmula Um. Claro que vibrei com as vitórias de Barrichello e Massa. Mas sem o mesmo entusiasmo. Nosso grupo? Nunca mais discutiu Fórmula 1. Sentimos todos muita saudade dessa época. Belas manhãs de domingo, tantas alegrias. Velhos tempos, belos dias!