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PARIS 2024

100 dias: Olimpíadas de Paris chega na reta final de preparação

Comitê Olímpico e governo francês vivem expectativa e mudanças podem ocorrer; Brasil quer melhorar desempenho de Tóquio

postado em 17/04/2024 08:00

<i>(Foto: ARIS MESSINIS/AFP)</i>

100 Dias. Parece muito, mas para quem esperou mais de 3 anos para voltar a ver os maiores atletas do mundo disputando as Olimpíadas, uma centena de voltas ao sol não significa tanto assim. Na reta final de preparação, o maior evento esportivo do mundo, que acontecerá entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, chega na reta final da preparação, prometendo fazer história desde sua abertura até o encerramento.

Por conta da pandemia da Covid-19, menos de quatro anos separam a última edição das Olimpíadas da próxima. A competição que deveria ter acontecido em 2020, na cidade de Tóquio, teve que ser adiada por um ano, e não contou com público presente durante todo o evento. Agora, em Paris, os desafios encarados pelos governantes e organizadores do Comitê Olímpico são outros.

As Olimpíadas voltam a acontecer na Europa depois de 12 anos fora do velho continente. Depois de Londres, em 2012, a tocha olímpica veio visitar a América do Sul, mais especificamente o Rio de Janeiro, e logo após tomou o rumo da Ásia, fazendo o Japão o novo lar dos esportes olímpicos.

Durante este período, o governo francês veio trabalhando para fazer uma edição surpreendente e inesquecível, tanto para os espectadores quanto para os atletas. O presidente da França, Emmanuel Macron, desde que sabe que a capital do país receberá o evento, vem trabalhando para tranquilizar organizadores e a população de eventuais ataques terroristas. Paris é uma das cidades mais visadas em relação a terrorismo internacional, e vem passando por rigorosas medidas de segurança para receber os atletas e o público de todo o mundo.

Talvez o maior desafio do governo francês seja a despoluição do Rio Sena. Um dos maiores símbolos da capital francesa ainda não apresenta condições de receber as provas do triatlo e  maratona aquática. Mas, antes disso, o rio será o palco principal da abertura das Olimpíadas. Entretanto, até neste quesito ele anda com dúvidas. Antes, sem apresentar um plano B para esta questão, o Emmanuel Macron recentemente falou em transferir a cerimônia para o Stade de France, por questões de segurança. 

Já na questão esportiva, Paris será o palco de quatro novas modalidades: Breaking, Escalada Esportiva, Canoagem Slalom e Skate Park Feminino. Inclusive, a participação feminina nos jogos olímpicos deste ano será a maior em 100 anos.

Brasil nas Olimpíadas

Até o momento, 187 atletas brasileiros estão confirmados nas Olimpíadas 2024. O Comitê Olímpico Brasileiro trabalha com a meta de ter entre 300 e 330 vagas para a edição deste ano. Entre elas, o Brasil parte para tentar bater o recorde de medalhas, melhorar o desempenho em algumas categorias e defender o ouro em outras.

O Brasil é o atual bicampeão olímpico no futebol. Entretanto, não conseguiu boa classificação no torneio pré-olímpico e está fora da competição, fato que não acontece desde 2004, na edição de Atenas. O time comandado por Ramon Menezes, mesmo cheio de promessas, como John Kennedy e Endrick, não conseguiu carimbar o passaporte para Paris.

Entretanto, o Brasil deve ir para cima com tudo em outras modalidades. O vôlei de praia, que sempre traz medalhas para casa, está bastante empolgado com a ideia de jogar as Olimpíadas aos pés da Torre Eiffel - local onde será instalado as arenas da modalidade. Continuando com o vôlei, a seleção masculina de quadra conta com a volta do treinador multicampeão Bernardinho, fato que pode trazer um quê a mais para os atletas. O feminino anda passando por reformulação, mas o time comandado por José Roberto Guimarães é sempre uma esperança de medalha.

O skate conta com uma das maiores revelações do esporte nos últimos anos. Rayssa Leal, a Fadinha, é esperança de ouro no Skate Street, após conquistar a prata em Tóquio e vir colecionando títulos durante os três anos que separaram as edições do evento. Além dela, Pâmela Rosa é outro nome que pode trazer bons resultados para o Brasil. Quem sabe, uma dobradinha. 

No masculino, Kelvin Hoefler conquistou a prata em Tóquio, e também está confirmado na edição de Paris. Além dele, a delegação composta por Giovanni Vianna, Felipe Gustavo, Gabryel Aguilar, Lucas Rabelo e Filipe Mota, pode surpreender.

O surfe também promete trazer medalhas com a Brazilian Storm. Único país com seis representantes na modalidade de atual campeão no masculino, a delegação formada por Filipe Toledo, Gabriel Medina, João Chianca, Tatiana Weston-Webb, Tainá Hinckel e Luana Silva chega em alta na Cidade Luz.

Na ginástica artística, poderemos ver um dos maiores duelos do esporte dos últimos tempos. O fenômeno brasileiro Rebeca Andrade encarando de igual para igual a estadunidense Simone Biles. A briga promete ser boa, e Rebeca espera ter um desempenho melhor do que teve no Mundial de Ginástica, em 2023, quando saiu com um ouro, três pratas e um bronze.

Isaquias Queiroz vai até a França defender o bicampeonato olímpico na canoagem de velocidade. No arremesso de peso, Darlan Romani é uma grande esperança de medalha, e é o atual campeão mundial indoor e Pan-americano da modalidade. 

Entre incertezas e expectativas, 100 dias separam o mundo a voltar todos os olhos para Paris, que além da Cidade Luz, será a cidade do esporte, da competição e, como esperamos, da paz.

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